segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Crédito imobiliário cresce 24% este ano na Bahia


De janeiro a julho deste ano, 11.931 moradias foram adquiridas ou construídas no estado por meio de financiamento habitacional - somente com recursos da poupança -, resultado 24% maior que o registrado no mesmo período de 2013. O volume negociado foi de R$ 2,17 bilhões, contra R$ 1,77 bilhão no ano passado. Os números são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

De acordo com dados da Caixa Econômica Federal divulgados esta semana, nos últimos três meses, somente na Bahia, o site da instituição na internet registrou pouco mais de meio milhão de acessos - com pessoas em busca de informação sobre o empréstimo bancário e com o objetivo de simular (calcular) o valor das prestações.
Segundo o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Luciano Muricy, o crédito habitacional é um instrumento  importante para o mercado, "já que quase 100% dos imóveis comercializados pelas construtoras ligadas à entidade são financiados".
"Sem crédito não tem mercado. É fundamental que esse movimento continue crescendo, com as pessoas buscando informação, simulando o financiamento - que opera em faixa de crescimento. O crédito está sendo oferecido com taxas de às vezes sete, oito por cento. É muito atrativo", afirma Muricy.
Para o gerente regional de construção civil da Caixa, Adelson Prata, essa demanda "só tende a crescer, à medida que os clientes vão tomando conhecimento da ferramenta (simulador de prestação) e do produto (empréstimo imobiliário)". 
"A simulação é uma das etapas iniciais do processo de aquisição do imóvel por meio de financiamento e serve para que o cliente tenha uma noção mais exata do valor do imóvel a ser adquirido, bem como taxas de juros, valor de entrada, prazo, forma de amortização e possibilidade de utilização do FGTS do adquirente", diz Prata.
Ainda segundo o gerente da Caixa, a expectativa é fechar o ano com cerca de 100 mil financiamentos habitacionais na Bahia.
Mercado aquecido
Natural de Cipó, interior baiano, com apenas 25 anos - dez deles vivendo na capital -, a advogada Thaís Santana está à procura de um imóvel localizado na Barra ou Pituba, por até R$ 250 mil. Com cerca de 20% do valor para dar como entrada, ela pretende financiar o restante.
Morando de aluguel na Barra (R$ 1.200), diz esperar pagar o mesmo valor ou próximo disso com a prestação do financiamento. "Já simulei, estou com toda a documentação em mãos. A busca (pelo imóvel) é o mais difícil. Quando é amplo, pouco mais antigo, não tem infraestrutura (de lazer ou portaria 24 horas) e vice-versa", conta.
"O crédito imobiliário ajuda a manter o mercado e a economia aquecidos, além de proporcionar que um maior número de pessoas tenha acesso à casa própria. Nos últimos anos, com incentivos do governo e melhora da economia, o desemprego diminuiu e muitos compradores saíram do mercado informal, o que consequentemente permitiu a aquisição do crédito", diz o diretor de vendas da imobiliária Lopes, Murilo da Rocha.
Este mês completa um ano desde que a orientadora social Síntia Novaes assinou o contrato de financiamento do seu apartamento com a Caixa, nas palavras dela um "achado, em Brotas, com três quartos, dependência, 65 metros quadrados, R$ 150 mil".
Segundo Síntia, foram R$ 30 mil de entrada (20%), R$ 28 mil de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 92 mil o valor financiado. Sua prestação hoje é de cerca de R$ 500, ela diz.
"Desde a identificação do imóvel até a assinatura do contrato foram 20 dias. Tudo muito rápido, com o máximo de orientação prestada pelos funcionários do banco", lembra Síntia.
Com 23% de participação de mercado no financiamento à produção (construção) e 10% no de casa própria, o diretor de negócios imobiliários do Santander, Gilberto Abreu, afirma que o crédito imobiliário é um produto estratégico para o banco - em todos os países em que atua - e que, no Brasil, é o único privado a oferecer prazo de até 35 anos para pagar.
Ainda de acordo com Abreu, o publico-alvo do banco são clientes com renda superior a R$ 3 mil. "Somos líderes de mercado no mundo, e a Bahia possui posição de destaque. A cada quatro prédios construídos, um é financiado pelo Santander, e a cada dez imóveis comercializados, um é através do banco".
Por Fábio Bittencourt
Tiago Albuquerque

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