terça-feira, 4 de novembro de 2014

Infraestrutura é principal desafio do segundo mandato de Dilma Rousseff

Destravar a taxa de investimento público e privado, terminar obras como a transposição do Rio São Francisco e Belo Monte e iniciar a operação da Ferrovia Norte Sul. Estes são os principais desafios de infraestrutura para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A perspectiva do mercado é que, com a continuidade do governo, as cobranças do mercado e da população serão maiores.

"A vantagem de continuar no poder é dar continuidade a planos no médio prazo. O problema é que encaramos um mercado furioso e ansioso por mais retorno do que o visto nos últimos quatro anos", diz o doutor em infraestrutura e mobilidade urbana da Universidade Federal de Minas Gerais, Frederico Alberto Simão.
A opinião é partilhada pelo advogado e especialista em infraestrutura do L.O. Baptista-SVMFA, Fernando Marcondes. "Os problemas se tornam mais graves na medida em que o tempo passa. O que é necessário é que o governo federal dê prioridade a questões de infraestrutura, pois elas estão na base de tudo o que significa crescimento", disse ele.
Na visão do advogado, para retomar o ritmo de crescimento, o Brasil precisa não só das obras propriamente ditas, mas principalmente do que elas representarão depois de prontas: redução do custo Brasil, modernidade e maior competitividade para nossas indústrias.
Obras prioritárias
Para Marcondes, o governo precisa reforçar os esforços para expansão da malha ferroviária. "O custo do frete e o escoamento da produção agrícola e industrial estão diretamente ligados a essas modalidades de transporte e, hoje, estes fatores são os grandes vilões do custo Brasil, ao lado da brutal carga tributária", explica o especialista.
Para Simão, as obras prioritárias para o segundo mandato são a transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, a finalização da Usina de Belo Monte, no Pará, além da conclusão da ferrovia Norte Sul, espinha dorsal do mapa ferroviário.
A perspectiva do governo é que 62% da extensão da ferrovia fiquem prontos até dezembro do ano que vem. Já a transposição do Rio São Francisco, que tem como objetivo expandir o abastecimento de água em todo o Nordeste, tem conclusão prevista para dezembro do próximo ano, enquanto a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, deverá finalizar ao menos uma turbina até fevereiro. "Quanto mais atraso, mais gastos. Essa é a conta que a população está vendo, e irá cobrar. Para o empresário, o atraso também traz insegurança, porque há o risco do governo não cumprir seus prazos estipulados", disse Simão.
Iniciada em 2007, a transposição do São Francisco já recebeu aportes de R$ 4,5 bilhões e prevê novos investimentos na ordem de R$ 3,7 bilhões até a conclusão, prevista para 31 de dezembro de 2015. Projeto mais caro, Belo Monte, orçada em R$ 25,9 bilhões, teve R$ 13,9 bilhões já investidos.
Vitórias no 1 ° mandato
Com relação aos avanços em infraestrutura sentidos no primeiro mandato da petista, Marcondes destaca as concessões rodoviárias, que tiveram alto ágio e contaram com ampla participação do empresário. "Nas mãos da iniciativa privada e com o controle estatal, em poucos anos teremos uma malha rodoviária mais adequada às nossas necessidades", explicou ele.
Além disso, o advogado ressaltou a importância das concessões aeroportuárias. "Os aeroportos vêm em segundo lugar, com as obras que vêm sendo feitas, ainda que estejam muito aquém do que foi planejado e do que necessitamos", completou.
Investimentos já
Para o cientista político, diretor do Eurasia Group e especializado em América Latina, Christopher Garman, o fator decisivo para avanço da infraestrutura no País passa pelo investimento público em obras. "Enquanto os países que estão crescendo de maneira contínua têm taxas de 45% de investimento do PIB em infraestrutura, o Brasil investe 17%", disse o executivo.
Por Paula Cristina
FonteDCI / CTE
Tiago Albuquerque

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