terça-feira, 7 de abril de 2015

Custo de produção aumenta e indústria de materiais de construção tenta repassar despesas para construtoras

Por Maryana Giribola

O ajuste nos preços dos materiais de construção será um verdadeiro choque entre a realidade de fabricantes e construtoras nos próximos meses. De um lado, as fabricantes viram a produção encarecer devido aos aumentos recentes nos custos de energia elétrica, produtos importados, combustíveis e transportes. O repasse total ou parcial desses itens para o preço dos materiais é importante para manter equilibradas as contas da indústria, principalmente após 2014 ter sido um ano ruim, marcado por queda no faturamento. Do outro lado do balcão, porém, não há disposição em pagar mais. O desaquecimento do mercado imobiliário e a paralisação de projetos de infraestrutura em todo o País arrefeceram os negócios de construtoras e incorporadoras, que também estão apertando os cintos. Diante desse cenário, especialistas consultados pela reportagem acreditam que o valor nominal dos materiais de construção permaneça estável em 2015, ou suba, no máximo, num ritmo semelhante ao da inflação.
O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) mostra que um movimento de desaceleração no crescimento dos preços de materiais vinha acontecendo no ano passado, antes dos impactos recentes sobre a produção. Em 2014, o índice subiu 6,74%, um patamar inferior ao de 2013, quando atingiu 8,05%. 'Essa foi a menor variação desde 2009, quando fechou a uma taxa de 3,22%', destaca Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ela observa que os materiais de construção foram responsáveis por uma parte da desaceleração do INCC. O custo dos materiais aumentou 5,51% em 2014, menos do que os 6,89% de 2013. Entre os outros dois componentes do índice, também houve esfriamento do custo da mão de obra, que cresceu 7,93% em 2014, ante 9,70% em 2013. Só o custo dos serviços acelerou o ritmo de alta no período, chegando a 5,15%, ante 4,21% um ano antes. 'A desaceleração da atividade contribuiu para o menor crescimento do preço dos materiais. Não houve em 2014 um cenário propício para uma alta maior', afirma Ana Maria.
Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/
Tiago Albuquerque

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